The Dark: diretor de arte de Magic confirma que expansão criticou fanatismo religioso
Em 1994, logo depois do sucesso inicial de Magic: The Gathering, saiu uma pequena expansão chamada The Dark, com 119 cartas. O que a tornava diferente era a forma como tratava as cores de mana — e, principalmente, como retratava a mana branca: em vez de anjos e paz, havia cenas de fanatismo religioso e violência. Agora, o diretor de arte original, Jesper Myrfors, confirmou que aquilo foi proposital: The Dark era uma crítica aberta aos males e à hipocrisia de cristãos conservadores que haviam acusado o jogo de promover satanismo durante o chamado ‘Satanic Panic’.
Myrfors conta que, quando jovem, sofreu acusações injustas e depois viu um autoproclamado ‘profeta’ apontar símbolos no verso das cartas como prova de ocultismo. Isso o deixou irritado e o levou a ‘segurar um espelho’ para esses grupos ao criar a expansão. Como diretor de arte, ele diz que foi 100% responsável pelo visual e que a equipe da Wizards of the Coast aceitou o projeto — havia pressa depois do sucesso de Legends e muita gente ali também tinha vivido o pânico moral daquela época.
Hoje ele decidiu falar abertamente sobre as intenções do set, dizendo que a mensagem continua atual: pessoas que se acham virtuosas podem ser tão perigosas quanto qualquer culto quando esquecem a mensagem de amor que deveria guiar suas crenças. O nome The Dark referencia as ‘idades sombrias’, quando a igreja tinha controle absoluto, queimava curandeiras e limitava o acesso ao conhecimento. Myrfors diz que queria jogar luz sobre esse comportamento — algo que, para ele, tem ecos no presente. Você acha que expansões como The Dark ainda fazem sentido como crítica social nos jogos?