Battlefield 6 — o BF que me fez voltar a amar squad, tanque e caos calculado
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Eu tinha jurado que ia tomar cuidado depois de 2042. Abri o BF6 com a guarda alta, botei o fone, esperei o squad encher… e em 15 minutos eu já estava marcando ponto de encontro no chat de voz como se a gente treinasse junto há meses. A diferença aparece cedo: quatro classes clássicas, kits que realmente mudam seu papel e mapas que respiram. Peguei Assault primeiro porque sou teimoso, mas foi com Engineer que o jogo “clicou” pra mim: consertar blindado no sufoco, plantar mina com carinho, segurar choke com foguete enquanto o resto avança. Quando a batalha abre, dá aquela sensação de guerra viva que a série prometia desde sempre.
Conquest ainda é o coração, Breakthrough virou meu vício, e o fluxo das partidas está redondo. Senti que o ritmo está menos “corridão aleatório” e mais “empurra e puxa” com intenção. Tem hora de pressionar, tem hora de só negar ângulo e deixar o inimigo gastar ticket. O mapa aguenta estratégia: dá pra trancar um setor só com fumaça + AA bem posicionada; dá pra virar combate aéreo em favor próprio chamando caça amigo na call pra tirar o helicóptero enjoado do meta local. E sim, destruição voltou a ser conversa séria. Não é só showzinho: abrir janela, derrubar cobertura, transformar casinha em risco real muda a luta do minuto a minuto.
O barulho disso tudo é viciante. Tiro tem peso, explosão sacode sem virar ruído, e o rádio do squad costura a história. Em umas rodadas, eu só escutava o líder contando respiro: “segura 20, smoke no B, revive safe no muro”. Quando a gente acerta o tempo, é lindo. Quando erra, o jogo não mascara: morre, respawna, aprende. O tal do tal “sistema cinestésico” do marketing traduz na prática como tudo responde bem ao input: slide, vault, mira curta, troca de postura. Em M&K, microajuste fino; no controle, o aim assist não segura sua mão, só dá uma chance.
Veículo é relação séria de novo. Tanque não é de papel, mas também não é deus: se a infantaria joga junto, você avança; se for herói solo, vira sucata. Jet é aprendizado que paga: controle do pitch/roll na mão, loop por trás de montanha, estourar chaff no timing e reaparecer com mergulho em ângulo pra quebrar AA. A primeira vez que coordenei com o piloto do meu time pra limpar céu e abrir caminho pro push num setor urbano foi a catarse que eu sentia falta num BF. A gente derrubou heli, a infantaria entrou, o mapa virou festa — e eu ri alto sozinho.
A campanha… existe. Visualmente é top, a trilha ajuda, tem setpiece legal, mas a história não morde do jeito que poderia. Personagem fala bonito, roteiro evita polêmica e corre para o seguro. Não é horrível, só não é o motivo de você ficar. Jogue um fim de semana e volte pro multiplayer — é lá que BF6 realmente respira, como já tem sido. A imprensa bateu nessa tecla também, e eu concordo: o espetáculo tá no online, a campanha é um aperitivo ok.
No PC, o lançamento foi gigante. Fila pra entrar? Teve, mas andou rápido. Em números, foi surreal ver o contador de jogadores explodir e o jogo cravar topo de mais jogados no Steam logo de cara. Senti picos de 64v64 respirando bem, servidores cheios e frame estável em 1080p/1440p com máquina média ajustada. Pra quem curte gráfico ultra e “chuva de efeito”: dá pra empurrar, mas a minha dica é priorizar clareza. Desligar granulação, reduzir bloom e deixar o contraste trabalhar fez mais por mim do que qualquer RT da vida (que nem está aqui, o que ajuda a performance).
Netcode e estabilidade? Dentro do esperado pra estreia gigante, com tropeços pontuais. Tive um crash no primeiro dia por causa do anti-cheat brigando com uma config de driver — resolvi desativando um recurso de frame gen e relogando do zero no Steam/EA App. Depois, lisinho.
Sobre progressão: enfileirar arma favorita e liberar peça útil vem num ritmo saudável. Dá pra montar loadouts com identidade, sem virar gacha de acessório. E os gadgets voltaram a ser decisões de time, não só firula individual: sensor que salva push, beacon que muda setor, munição no momento certo virando MVP invisível. O que mais curti foi que a build não é sobre “o que o jogo acha melhor”, e sim sobre como seu squad joga. Com a minha turma, Engineer + Support virou base, Assault fecha a ponta e Recon joga como maestro chamando rota. Quando encaixa, as bandeiras caem uma atrás da outra.
Tem pontos fracos? Tem. Um ou outro mapa lança setor que vira moedor de carne quando o servidor insiste na rota errada; alguns modos menores existem, mas sinceramente não competem com o pacote principal; e sempre rola aquela arma “queridinha” da semana que aparece demais até patch corrigir. Nada que me tire a vontade de jogar — e sim sinal de jogo vivo no dia 1. Além disso, se você quer jogar casual off-voice, o BF6 ainda recompensa quem usa ping, mas brilha mesmo com call. É um jogo sobre gente organizando caos; se todo mundo mudo corre em círculos, a experiência cai.
No fim, depois de três madrugadas, a sensação é de volta ao lar: squad que importa, mapa que conta história, som que arrepia e partidas que você conta pros amigos. Eu saí de uma rodada em que a gente segurou 10 tickets no fio como se tivesse visto final de Copa. E é isso que eu queria de Battlefield. Se você pulou 2042 e tava na dúvida, pode vir sem medo — o coração da série tá batendo de novo.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!