Greedland: hordas, mechas e um loop que gruda
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Greedland chega com a promessa mais honesta do mundo: colocar o jogador no olho do furacão, empurrar hordas alienígenas para a tela e deixar que o arsenal cresça até virar uma máquina ambulante de destruição. É a mistura direta de twin-stick shooter com o DNA “survivors-like” que dominou os últimos anos. De saída, o pacote já acerta no que importa: armas com impacto, upgrades que mudam a forma de jogar, mapas com identidade e, agora no 1.0, modos e brinquedos novos — inclusive mechas que entram em campo como carta de virada.
O loop é daqueles que vicia sem pedir licença. Você entra num bioma (Jungle, Desert, Ice… e a estreante Lava Area), encara ondas progressivamente maiores e vai esculpindo uma build com chips, equipamentos e 300+ melhorias que combinam entre si. No começo, a sobrevivência depende de posicionamento, dash e leitura de rota. Mais adiante, quando a engrenagem gira, o jogo vira espetáculo: lasers cruzam o céu, mísseis explodem como fogos e a tela passa a ser um mosaico controlado de caos. A graça está na “curadoria de caos”: escolher qual poder escalar, quando travar mobilidade e quando trocar dano por controle de multidão.
A grande novidade do 1.0 é o Mecha Mode / Titan Mechas. Ficou apertado? Chama o colosso. A presença do robô funciona como botão tático: dá respiro quando a run ameaça desandar, cria picos de poder deliciosos e abre variações de build. Em paralelo, o jogo apresenta Power Armors com árvores de upgrade próprias; cada armadura incentiva um estilo (mais agressivo, mais “grinder” de recurso, etc.). Na prática, dá para perseguir fantasias diferentes: derreter hordas com feixes contínuos, congelar e explodir, “pinar” elites e limpar lixo com armas de área. O 1.0 também expande conteúdo com a Lava Area (10 fases e um modo sem-fim), monstros inéditos e mais equipamentos — o suficiente para dar fôlego real a quem veio do Acesso Antecipado.
O controle conversa com duas tribos. Dá para jogar em twin-stick puro (mirando e atirando manualmente, num flow que lembra Crimsonland) ou no esquema auto-aim/auto-fire típico dos survivors-like, deixando o foco no desvio fino e no gerenciamento de cooldowns. A alternância não é cosmética: há builds que brilham mais com mira manual (pelas janelas de crítico e pelo “sentir” do recuo) e outras que rendem mais delegando o gatilho para poder ler o mar de inimigos. O resultado é um conforto raro: quem vem da escola bullet heaven se sente em casa, e quem curte twin-stick “raiz” também.
Conteúdo social e cooperativo sobem um degrau. Além do local co-op (com tela compartilhada), o lançamento ativa o co-op online para 2 jogadores — com promessa de escalar para até 4 em uma atualização futura. Para quem gosta de “fazer a limpa” em dupla, funciona bem: um jogador puxa aggro enquanto o outro derrete elites, e as sinergias de equipamento geram variações divertidas (builds complementares de controle + dano são particularmente fortes). De bônus, há Remote Play Together, que facilita jogar a distância sem complicação.
No ritmo, Greedland se equilibra entre missão e parque de diversão. A estrutura por mapas/fases fornece metas curtas (ótimas para “mais uma antes de dormir”), enquanto o modo sem-fim vira laboratório para testar combinações bizarras até a tela virar purê. Em runs longas, a repetição aparece — o gênero pede isso —, mas os picos de poder e a “sensação Helldivers top-down” mantêm o sorriso. O segredo é saber parar: fechar um bioma, desbloquear uma peça nova, experimentar e alternar entre manual/auto para renovar o feel.
Tecnologia e performance: Unreal Engine 5 com foco em legibilidade. O jogo privilegia efeitos “gostosinhos” (ondas de choque, traços de laser) sem sacrificar clareza. Nos PCs medianos, segura bem com ajustes padrões; nos minutos finais — quando a contagem de inimigos estoura — é possível ver quedas pontuais de FPS, algo que a comunidade já comenta e que faz parte do território “mil inimigos na tela”. Ajustar sombras e pós-processamento resolve na maioria dos casos. Requisitos mínimos e recomendados são gentis (i5/GTX 960 com 4 GB de RAM no piso, i7/RTX 2060 com 8 GB no teto).
E o Steam Deck? Boa notícia: o jogo está “fully supported” no Deck segundo a própria página da Steam, e isso transparece no uso prático — legibilidade segura, controles redondos e runs estáveis (comum recomendar travar a 60 FPS para poupar bateria nos mapas mais carregados). Para sofá, é quase a plataforma perfeita: pega-e-joga, fases curtas e co-op local plug-and-play.
Qualidade de vida e “carne para grinder” vêm bem servidas: 150 conquistas, cartas de Trading Cards, Cloud, e PT-BR nos textos (junto a outros 11 idiomas). O preço também ajuda: lançamento com desconto de 30% por tempo limitado, além de bundles com parentes de gênero — combinação que torna a entrada muito acessível para quem quer um “fix” de horda e upgrade. Para coroar, o estúdio confirma atualizações contínuas e um roadmap que fala em manter a cadência.
Nem tudo é bala de prata. Primeiro, o pico de brilho visual às vezes “limpa” o feedback do dano — em meio a lasers e explosões, certos acertos poderiam soar mais pesados (especialmente em armas de impacto único). Segundo, após muitas horas, o jogador veterano pode sentir variação limitada de objetivos dentro de cada bioma — problema comum do gênero, que Greedland mitiga com mecha, armaduras e chips, mas não extingue. Terceiro, o co-op online ainda está em 2 jogadores; o salto para 4 seria um divisor de águas nas noites de farm com a galera (está em desenvolvimento). Nada disso impede o loop de brilhar; são arestas naturais de um jogo que aposta na intensidade e na repetição consciente.
No saldo, Greedland entrega exatamente o que promete — e um pouco além. Quando engrena, vira aquele “só mais uma fase” que esconde três horas no bolso. A fantasia de poder é bem construída, o 1.0 tem conteúdo de respeito (com Lava Area e Mecha Mode como destaques), o co-op amplia a graça e o suporte ao Deck amarra o pacote para quem vive no portátil. Se a sua prateleira mental guarda Crimsonland, Vampire Survivors e o clima Starship Troopers, este aqui encontra morada fácil.
Veredito
Nota: 8/10. Recomendado para quem quer um survivors-like musculoso com cara de twin-stick e sabor de arcade moderno. Peca em variedade a longo prazo, mas compensa com mechas, builds criativas e preço camarada.
Prós & Contras (rapidinho)
Prós
- Mecha Mode e Power Armors dão picos de poder e renovam o meta.
- Loop “entrar, escalar, explodir” muito bem amarrado; 300+ upgrades.
- Co-op local e online (2p) funcionam e ampliam a diversão.
- Steam Deck fully supported; preço de lançamento com 30% off.
Contras
- Repetição aparece em sessões muito longas dentro do mesmo bioma.
- Feedback de impacto podia ser mais “pesado” no meio do show de efeitos.
- Online ainda limitado a 2 jogadores (4p em desenvolvimento)
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